O céu azul contrasta com o verde escuro do cafezal. Silhuetas de homens e mulheres se perdem em meio à plantação. De chapéu, calça e camisa longa, eles retiram, cuidadosamente, os grãos maduros e avermelhados que pendem nos galhos. Essa cena é bastante comum nas fazendas Ouro Verde e São Judas Tadeu entre os meses de junho e julho.
Localizadas em Piatã, a cidade mais alta da Chapada Diamantina, as propriedades são reconhecidas pelo esmero com a produção, pela adoção de processos manuais e pelos prêmios conquistados em concursos mundo afora. Só no Cup of Excellence a marca Rigno levou o troféu de campeão por quatro vezes.
Com mais de 40 anos de experiência na cafeicultura, Antônio Rigno se tornou referência na região. Nos 80 hectares da família, ele cultiva grãos da espécie arábica, mais especificamente da variedade catuaí vermelho, criada pelo geneticista Alcides de Carvalho em 1949. Depois de maduros, os frutos são apanhados manualmente por dezenas de trabalhadores.
Durante o período da colheita, cerca de 300 sacos são reunidos diariamente. Após ser contados, os grãos seguem para o despolpamento, isto é, para a retirada da casca. Em seguida, o café seca em enormes terreiros de cimento. Os próximos passos são o beneficiamento e a torra ― que, por ser média, dá à bebida notas de rapadura, melaço de cana e açúcar mascavo.